O MENINO DO PIJAMA LISTRADO, DE JOHN BOYNE

by - agosto 11, 2020



Bruno tem nove anos e não sabe nada sobre o Holocausto e a Solução Final contra os judeus. Também não faz ideia que seu país está em guerra com boa parte da Europa, e muito menos que sua família está envolvida no conflito. Na verdade, Bruno sabe apenas que foi obrigado a abandonar a espaçosa casa em que vivia em Berlim e a mudar-se para uma região desolada, onde ele não tem ninguém para brincar nem nada para fazer. Da janela do quarto, Bruno pode ver uma cerca, e para além dela centenas de pessoas de pijama, que sempre o deixam com frio na barriga.


Em uma de suas andanças Bruno conhece Shmuel, um garoto do outro lado da cerca que curiosamente nasceu no mesmo dia que ele. Conforme a amizade dos dois se intensifica, Bruno vai aos poucos tentando elucidar o mistério que ronda as atividades de seu pai. O menino do pijama listrado é uma fábula sobre amizade em tempos de guerra, e sobre o que acontece quando a inocência é colocada diante de um monstro terrível e inimaginável.


Título: O menino do pijama listrado | Autor: John Boyne⁣ | Editora: Seguinte | Pág: 190 | Nota: 





O menino do pijama listrado é um (se não for o livro mais triste que li até hoje), enquanto escrevo a resenha me vem no pensamento tudo que senti lendo e assistindo ao filme (que vi uns quatro anos atrás, mas ainda tenho memórias vividas sobre ele).


No livro conhecemos Bruno, uma criança ativa, curiosa e super aventureira de nove anos que vê sua vida mudar de uma hora para a outra por conta do trabalho de seu pai. O pai do garoto é um oficial do exercito alemão de Hitler que foi transferido de Berlim para Haja Vista.

Toda a família, incluindo, sua mãe e sua irmã Gretel sentem a diferença com a mudança para Haja Vista e Bruno sempre busca tentar entender o motivo de estarem ali.
Chegando na nova casa, e após estarem instalados Bruno podia ver um campo cercado, com inúmeras crianças e adultos de pijamas listrados da janela de seu quarto, o que desperta curiosidade no garoto. 

Após alguns meses solitários sem seus amigos de Berlim para brincar, Bruno começa a se aventurar pela propriedade em que mora e tenta descobrir quem são aquelas pessoas que vivem do outro lado da cerca com seus pijamas listrados. 


No decorrer dos dias, Bruno vai até a cerca que divide a propriedade com o Campo de Concentração e conhece um garoto da sua mesma idade do outro lado vestindo o pijama. 
Shmuel vive no campo de concentração, junto com outros judeus e Bruno acaba se tornando amigo do menino. Se questionando diariamente, o motivo de sua família não gostar daquelas pessoas e deles não poderem ser amigos, pois em sua cabeça, todos são iguais e não há diferença entre aqueles da sua família e as pessoas do outro lado da cerca. 

Enquanto brinca com Shmuel, os dias de Bruno são mais felizes e ele vê que também alegra o amigo, fortalecendo o elo entre os dois meninos e a inocência da infância em uma época tão terrível e devastadora como naquela em que viveram. 

Em sua última aventura, após ter conhecimento que iriam se mudar novamente, por conta do trabalho de seu pai... Bruno resolve se despedir do amigo, atravessando a cerca para poder pelo menos o abraça-lo uma última vez. 

Nos aproximando do final do livro, vemos como o terrível desfecho de Bruno se fez presente por conta da inocência de duas crianças que não viam diferença entre povos e só gostavam de compartilhar momentos únicos juntos. 


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